Ouçam-nos

Capítulo 116

Livro: Pão Nosso

Emmanuel

via: Francisco Candido Xavier

“Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.” — (LUCAS, 16.29)

A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum.

Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais.

Há precisamente um século, estabeleceu-se intercâmbio mais intenso entre os dois Planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão só porque nunca receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na experiência humana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos. Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de “parentes mortos”, em consecutivos anos de observação.

Isso, porém, não passa de contrassenso.

Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações terrestres?

O impulso animal tem limites.

Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.

O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.

Emmanuel


[1] Essa lição foi psicografada em 1950, um século depois das primeiras manifestações que deram origem ao Espiritismo moderno; v. Espiritismo retrospectivo.